Eita tava pensando pô o rock tá virando modinha que ferro,não?vamos ser eclético que é melhor.
Menino descalço
mão no bolso,noite
fria, posto de gasolina deserto
carro parado,tanque vazio
homem desce com seu barril
de boa na boa pegando um pouco
de combustível,recipiente enchendo
pensamento longe,assoviando
céu pintado sorrindo e chorando
vigia lendo o jornal de ontem
rindo com a tirinhas,quebrando a cabeça
com as palavras cruzadas
devagar na espreita o menino
corre com as pontas do pé
tira do bolso a faca
golpe rápido preciso
gemido trepido sussurros
lamentosos implorando por
salvação,destino ou desatino e o
ser lá em cima que só parece estar ao lado
nas horas difíceis na hora da morte
corre com o barril transbordando
vigia que grita,pare, espere
telefona,ocupado
mas o menino resvala
ensopado pela gasolina
caminhoneiro que passa,charuto
lançado para fora do caminho
de pão na mancha da vida, desse menino
que vê as chamas tomando conta do seu pequeno
e surrado corpo,dor finita que acaba com o beijo
no asfalto,mãe desfalecida que espera o filho
que saiu para arranjar dinheiro para o remédio
dela poder comprar.
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