Vida ao Avesso

Acordei,sem saber
não havia pessoas na rua
não havia um ponto de ônibus
não havia crianças,pais e avós
não havia lojas,mercados ou padarias
não havia uma pessoa,um cão ou gato
pássaro ou peixe,mas havia um rio
cheio de curvas e nó,lembranças
que passeavam por ele em canoas
de diversos tamanhos e cores
morte e vida jogavam amarelinha
conceito e preceito travavam uma
guerra de certezas e duvidas
e lá distante um triângulo
de mãos dadas com um quadrado
círculos disputavam o retângulo
que apreciava um losango que
lembrava do tempo da lança
sentei no que pra mim parecia chão
mas fui caindo e o fim
não chegava,fechei os olhos
e quando acordei estava
de frente comigo perplexo
ambos correram para o lado que
 achavam ser o certo em meio a tanta
ausência tentei novamente descansar
fui aos poucos deitando onde meus
pés achavam escora e no fim mergulhei
 agora sentia que não
haveria volta,e assim eternamente
ficarei submerso no vazio