Procura-se

Enquanto caminho
vejo meus membros, estendendo no chão
como faixas de tapete arremessados
no asfalto,já não entro em estabelecimentos
 com medo que as portas  se fechem e tenha meus dedos 
esmagados entre as dobradiça,andar na calçada
em meio a pessoas se tornou um martírio,um terço
uma penitencia pois são tantos pés e egos
de tamanhos tão diversos que chego em casa
com um único desejo de repouso e trato
 tentando esclarecer o ocorrido tomei agua de algodão
mastiguei vento,cuspi balões de pedra
do peito ele saltou cansado,com suas trouxas
enroladas em uma casca de laranja
o vazio foi preenchido com amebas
e gordura,diz que aquela coisa que
alguns chamam de amor o deixava
abatido,eufórico,alegre,preocupado
e não conseguia mais conviver com aquilo
preferiu deixar a responsabilidade com
a cabeça e seus pequenos circuitos
pois ela sempre estava certa não importava o
que dizia,mesmo se suplicava e implorava
sempre ignorada,agora estou
sentado com números e quebra-cabeças.